Um dos mais experientes repórteres da
televisão brasileira, Carlos Dorneles pediu para sair da Record, insatisfeito
com os rumos do jornalismo na emissora. A situação foi, aparentemente,
contornada, mas o clima não está bom entre os profissionais que trabalham lá. A
informação foi confirmada pelo colunista Mauricio Stycer com três profissionais
da Record, que pediram anonimato.
A direção da emissora não concorda com o
termo “crise”, usado por mim no título de um texto publicado na quarta-feira,
16, para descrever a situação. Independentemente da palavra, é notável a
insatisfação decorrente da queda na audiência do “Jornal da Record”, que chegou
ao seu nível mais baixo em outubro, e da exibição no “Domingo Espetacular” de
uma reportagem utilizada pela Igreja Universal para atacar rivais religiosos.
Além de Dorneles, outros repórteres
experientes, quase todos com longa história na Globo e em outras emissoras, têm
manifestado incômodo com as novas orientações do jornalismo, feitas no esforço
de recuperar o Ibope perdido. “Não estou fazendo jornalismo, estou fazendo
entretenimento”, disse um.
O alvo de muitas reclamações é o editor
Rafael Gomide, originalmente responsável por programas como “Câmera Record” e
“Repórter Record”, hoje influente em todos os noticiários. É Gomide que assina
a reportagem sobre o “cai-cai”, exibida no último domingo.
Durante os Jogos Pan-Americanos, Paulo
Henrique Amorim, apresentador do “Domingo Espetacular”, teve uma discussão com
Gomide que tornou-se pública. “Comigo você não mexe”, teria dito Amorim ao
editor do programa.
Fonte: Mauricio Stycer, do UOL
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