sexta-feira, 16 de março de 2012

Como foi o lançamento de "Avenida Brasil"


Focada na classe C, a Rede Globo fez a festa de lançamento de sua nova novela das nove, "Avenida Brasil", na quadra da escola de samba Acadêmicos da Rocinha, no Rio de Janeiro, nesta quinta (15). Mas o clima “classe C” do evento era marcado pelo calor intenso (só havia ventiladores no local), o que fez com que a atriz Carolina Ferraz, trajando um vestido curtíssimo listrado sem sutiã e marcado pelos mamilos, fugisse do local depois de pouco menos de uma hora."É difícil ser chique num calor desse".

Não foi só Carolina Ferraz que se incomodou com o calor. As baratas também começaram a brotar do chão. O próprio diretor Ricardo Waddington, ao subir no palco para apresentar o clipe da novela, falou: "Nossa, tem uma barata aqui".

Pouco antes, em entrevista ao UOL, o diretor comentou sobre o foco da Rede Globo na nova classe média brasileira. Segundo ele, quem diz que a Globo está olhando agora para a classe C não entende nada de novela. "A Globo sempre conversou com todas as classes sociais. Se a gente falasse só com a classe C, teríamos a audiência da nossa concorrente. Mas o que pode explicar esse fenômeno é uma viagem que eu fiz a Bolívia. Lá me disseram que depois que o Evo Morales subiu ao poder, os bolivianos pararam de olhar para baixo e passaram a olhar para cima. É o mesmo que aconteceu com o Brasil depois que o Lula subiu ao poder. Antes as novelas tinham como núcleo central os ricos, hoje a chamada classe C está querendo se ver na TV”.

Questionado se a máxima do Joãosinho Trinta de que pobre gosta é de luxo estaria desafasada, Ricardo respondeu: “Hoje em dia ele perderia o Carnaval”.

O que tinha de classe C no evento eram as comidas, aperitivos como ovo de cordona, azeitona e caldinho de feijão. A atriz Paula Burlamaqui, por exemplo, olhou com certo desdém para um garçom que lhe oferecia a iguaria brasileira. "Aí não, caldinho de feijão não dá".

Outros poucos representantes da classe C se aglomeravam na entrada do evento pedindo autógrafos aos atores, e foi o máximo que se viu de Rocinha na festa de lançamento de "Avenida Brasil".

O autor da novela, João Emanuel Carneiro, explicou o porquê do nome "Avenida Brasil". Para quem não conhece o Rio de Janeiro, a avenida é uma via expressa de 56 km de extensão que, de acordo com a visão do autor, atravessa a periferia da cidade. "É um lugar por onde todo mundo passa, e que resume bem a essência da novela”.

A trama também terá um núcleo centrado em um lixão. É desse lugar que saem as principais personagens: Carminha, a vilã de Adriana Esteves, nasceu lá, e por isso faz de tudo para vencer na vida. A heroína da história, Nina, vivida por Débora Falabella, também terá sua passagem pelo lugar, e é de onde tirará forças para empreender sua vingança contra Carminha, que após dar um golpe em seu pai abandona a protagonista ainda criança no lixão. “Eu já tinha colocado cenas de lixão em ‘Na Cor do Pecado’ e ‘A Favorita’, mas esse representa o inferno da novela", explica Carneiro.

Segundo os atores que gravaram no lixão fictício montado no Projac, o lugar, embora higienizado, é bastante degradante, além de ser muito claro e quente. Mesmo para quem não gravou as cenas, foi possível ter uma ideia do que os atores sofreram durante essas gravações no lançamento da novela -- inclusive as baratas.

Fonte: UOL

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