quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fafy Siqueira se prepara para reviver Dercy


Escalada para viver Dercy Gonçalves na minissérie que contará a vida da humorista, Fafy Siqueira fala da dificuldade deste novo trabalho e desabafa sobre uma peça de teatro, em homenagem a amiga, que nunca saiu do papel. “Sempre levo porta na cara, ouvindo: ‘Ah, mas a Dercy falava muito palavrão’”

Se tem alguém com mais preparo e talento para viver Dercy Gonçalves (1907 - 2008) na televisão brasileira esse alguém é Fafy Siqueira (56). Não a toa a atriz foi chamada para dar vida a humorista em 2009, quando estrelou o seriado Dalva e Herivelto.

Na mesma linha de dramaturgia, a Rede Globo pretende estreiar, ainda neste ano, uma minissérie cujo foco é a atriz e cantora, original do teatro de revista no teatro brasileiro, que não tinha papas na língua e divertia o público com seus comentários por ora hilários e por ora muito contundentes.

Fafy, que começa a gravar a atração a partir do mês que vem, volta a pisar em território já bem conhecido. “Não preciso de mais nada para viver a Dercy. Faço isso há quatro anos, desde que fui convidada pessoalmente por ela para viver sua história no teatro”, contou a intérprete em entrevista. Em 2007, a prestigiada escritora Maria Adelaide Amaral (que assina o roteiro para o seriado), escreveu Dercy por Fafy, peça estrelada pela artista em homenagem a esse grande nome do humor brasileiro.

Apesar do esforço e da boa vontade de Maria e Fafy em colocar no tablado a história de Dercy Gonçalves, o projeto acabou ficando engavetado. “Desde 2007 venho tentando um patrocínio para fazer essa peça. Sempre levo porta na cara, ouvindo: ‘Ah, mas a Dercy falava muito palavrão’. E eu repetia o que ela sempre dizia: ‘Palavrão é o Senado roubando o povo!’”. Embora não tenha conseguido tirar a peça do papel, o fato de uma minissérie estar sendo produzido já é uma vitória. “O que me atraiu no projeto foi essa coragem da TV Globo e o talento da maior escritora do Brasil, Maria Adelaide, em mostrar a vida da artista mais popular da história deste país”, completou.

Amiga próxima de Dercy (“eu vivia na casa dela”, contou), Siqueira já tem parte do processo, para encanar a humorista, encaminhado – em um laboratório que teve início em 2009, por conta da minissérie. “Ali sim eu estudei muito. Passei por todos os grilos que uma atriz passa ao viver um personagem tão forte. Me tranquei por três dias em um hotel e até cheguei a discutir com a Dercy”. O esforço, sobretudo, foi válido. “No primeiro dia de gravação, fui me arrumar e quando o Dennis Carvalho gritou ‘gravando’, eu fiquei igualzinha a ela”, recordou.

Fafy vai dividir as telas com outro grande talento da comédia, Heloísa Perissé (45). Questionada sobre a colega de cena, Fafy é só elogios. “A ‘Lolô’  é uma  intuição de que fará  bem,  pois o humor da Heloisa é do mesmo tom que o meu. Temos a mesma energia e os mesmos  cacoetes de Dercy . Ela fará  uma  Dercy jovem maravilhosa”, disse.

Antes de entrar em estúdio para realizar parte do projeto que tanto sonhou em tirar do papel, em tributo a uma amiga de anos, Fafy mantém a tranquilidade de que uma história como a que está prestes a contar, não tem como dar errado. Afinal, apesar da língua solta, Dercy é um ícone da cultura brasileira e merece todos as homenagens. “Antes da Dercy a mulher só servia para preparar a piada para o homem fazer. Ela era a única protagonista mulher”, concluiu.

Fonte: Caras

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