Walcyr Carrasco anda mesmo em alta na Globo.
No ar com “Amor à Vida”, a atual trama das nove, o autor também é visto à
tarde, no “Vale a Pena Ver de Novo”, com o re-repeteco de “O Cravo a Rosa” –
produção de 2000-2001, já reprisada em 2003.
E Carrasco continuará às tardes. Se a Globo
não mudar em cima da hora (como já ocorreu), em 2014, ele estará de volta em
“Caras e Bocas”, originalmente exibida em 2009 – num caso raro no “Vale a Pena
Ver de Novo”: novelas seguidas de um mesmo autor – ainda mais se considerarmos
que “O Profeta”, que antecedeu “O Cravo e a Rosa”, teve supervisão dele.
Veja as últimas novelas do “Vale a Pena”,
desde 2010, com as médias finais no Ibope na Grande São Paulo (cada ponto
equivale a 62 mil domicílios):
“Alma Gêmea” (2009-2010) = 20 pontos – de
Walcyr Carrasco
“Sinhá Moça” (2010) = 15
“Sete Pecados” (2010-2011) = 13 – de Walcyr
Carrasco
“O Clone” (2011) = 17
“Mulheres de Areia” (2011-2012) = 16
“Chocolate com Pimenta” (2012) = 15 – de
Walcyr Carrasco
“Da Cor do Pecado” (2012-2013) = 13,5
“O Profeta” (2013) = 12 – supervisão de
Walcyr Carrasco
“O Cravo e a Rosa” (2013-2014) = 13 (até o
capítulo 70) – de Walcyr Carrasco
A Globo está mesmo preocupada com a audiência
de suas tardes: mudou o logotipo do “Vale a Pena'' e da “Sessão da Tarde“, vai
revitalizar o “Vídeo Show'' e até cogitou extinguir a “Sessão da Tarde“. Para a
faixa de novelas vespertinas, optou por um grande sucesso popular: “Caras e
Bocas” é considerada um dos maiores êxitos do horário das sete da década
passada – chegou a ultrapassar a audiência da novela das nove da época, “Viver
a Vida” (de Manoel Carlos). Fechou com uma média final de 31 pontos no Ibope,
que ainda não foi superada pelas suas sucessoras. Veja:
“Sete Pecados” (2007-2008) = 30 – de Walcyr
Carrasco
“Três Irmãs” (2008-2009) = 24
“Caras e Bocas” (2009) = 31 – de Walcyr
Carrasco
“Tempos Modernos” (2010) = 24
“Ti-ti-ti” (2010-2011) = 30
“Morde e Assopra” (2011) = 30 – de Walcyr
Carrasco
“Aquele Beijo” (2011-2012) = 25
“Cheias de Charme” (2012) = 30
“Guerra dos Sexos” (2012-2013) = 23
“Sangue Bom” (2013) = 25
Com forte apelo popular, a novela caiu –
inclusive – no gosto do público infantil, que se encantou com as peripécias do
chipanzé Xico, que pintava as telas que Denis (Marcos Pasquim) expunha como se
fossem suas. Também agradou a personagem de Isabelle Drummond, Bianca, que
formou uma carismática dupla adolescente com Felipe (Miguel Rômulo). O bordão
de Bianca – “é a treva!” – fez sucesso.
Foi a partir de “Caras e Bocas” que Marco
Pigossi passou a ser reconhecido, por conta de seu personagem Cássio, um gay
pra lá de afetado, por quem Léa (Maria Zilda Bethlem) se apaixonava. “Tô rosa
chiclete!” foi uma das frases do personagem que ganharam as ruas. A repercussão
foi tanta que Pigossi passou a receber papeis de maior destaque em seus
trabalhos seguintes. Também fez sucesso o casal de nordestinos vivido por
Suzana Pires e Fábio Lago – “Não me absorva Fabiano!”, era o bordão de Ivonete
(Suzana Pires), se referindo ao marido.
A novela teve também uma atriz deficiente
visual com um papel fixo do início ao fim: Danieli Haloten, que viveu a cega
Anita. E a atriz Rachel Ripani teve sua cabeça raspada em cena, por conta do
tratamento de quimioterapia de sua personagem, Tatiana – muito antes de Marina
Ruy Barbosa recusar-se a perder os cabelos, em “Amor à Vida”.
Fonte: Nilson Xavier
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