quarta-feira, 13 de novembro de 2013

"Caras e Bocas" pode voltar às tardes da Globo


Walcyr Carrasco anda mesmo em alta na Globo. No ar com “Amor à Vida”, a atual trama das nove, o autor também é visto à tarde, no “Vale a Pena Ver de Novo”, com o re-repeteco de “O Cravo a Rosa” – produção de 2000-2001, já reprisada em 2003.

E Carrasco continuará às tardes. Se a Globo não mudar em cima da hora (como já ocorreu), em 2014, ele estará de volta em “Caras e Bocas”, originalmente exibida em 2009 – num caso raro no “Vale a Pena Ver de Novo”: novelas seguidas de um mesmo autor – ainda mais se considerarmos que “O Profeta”, que antecedeu “O Cravo e a Rosa”, teve supervisão dele.

Veja as últimas novelas do “Vale a Pena”, desde 2010, com as médias finais no Ibope na Grande São Paulo (cada ponto equivale a 62 mil domicílios):

“Alma Gêmea” (2009-2010) = 20 pontos – de Walcyr Carrasco
“Sinhá Moça” (2010) = 15
“Sete Pecados” (2010-2011) = 13 – de Walcyr Carrasco
“O Clone” (2011) = 17
“Mulheres de Areia” (2011-2012) = 16
“Chocolate com Pimenta” (2012) = 15 – de Walcyr Carrasco
“Da Cor do Pecado” (2012-2013) = 13,5
“O Profeta” (2013) = 12 – supervisão de Walcyr Carrasco
“O Cravo e a Rosa” (2013-2014) = 13 (até o capítulo 70)  – de Walcyr Carrasco

A Globo está mesmo preocupada com a audiência de suas tardes: mudou o logotipo do “Vale a Pena'' e da “Sessão da Tarde“, vai revitalizar o “Vídeo Show'' e até cogitou extinguir a “Sessão da Tarde“. Para a faixa de novelas vespertinas, optou por um grande sucesso popular: “Caras e Bocas” é considerada um dos maiores êxitos do horário das sete da década passada – chegou a ultrapassar a audiência da novela das nove da época, “Viver a Vida” (de Manoel Carlos). Fechou com uma média final de 31 pontos no Ibope, que ainda não foi superada pelas suas sucessoras. Veja:

“Sete Pecados” (2007-2008) = 30 – de Walcyr Carrasco
“Três Irmãs” (2008-2009) = 24
“Caras e Bocas” (2009) = 31 – de Walcyr Carrasco
“Tempos Modernos” (2010) = 24
“Ti-ti-ti” (2010-2011) = 30
“Morde e Assopra” (2011) = 30 – de Walcyr Carrasco
“Aquele Beijo” (2011-2012) = 25
“Cheias de Charme” (2012) = 30
“Guerra dos Sexos” (2012-2013) = 23
“Sangue Bom” (2013) = 25

Com forte apelo popular, a novela caiu – inclusive – no gosto do público infantil, que se encantou com as peripécias do chipanzé Xico, que pintava as telas que Denis (Marcos Pasquim) expunha como se fossem suas. Também agradou a personagem de Isabelle Drummond, Bianca, que formou uma carismática dupla adolescente com Felipe (Miguel Rômulo). O bordão de Bianca – “é a treva!” – fez sucesso.

Foi a partir de “Caras e Bocas” que Marco Pigossi passou a ser reconhecido, por conta de seu personagem Cássio, um gay pra lá de afetado, por quem Léa (Maria Zilda Bethlem) se apaixonava. “Tô rosa chiclete!” foi uma das frases do personagem que ganharam as ruas. A repercussão foi tanta que Pigossi passou a receber papeis de maior destaque em seus trabalhos seguintes. Também fez sucesso o casal de nordestinos vivido por Suzana Pires e Fábio Lago – “Não me absorva Fabiano!”, era o bordão de Ivonete (Suzana Pires), se referindo ao marido.

A novela teve também uma atriz deficiente visual com um papel fixo do início ao fim: Danieli Haloten, que viveu a cega Anita. E a atriz Rachel Ripani teve sua cabeça raspada em cena, por conta do tratamento de quimioterapia de sua personagem, Tatiana – muito antes de Marina Ruy Barbosa recusar-se a perder os cabelos, em “Amor à Vida”.

Fonte: Nilson Xavier

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