Apesar de ser noveleiro de carteirinha, também gosto de futebol, desde que seja jogo importante. Não me peçam para assistir Remo X Paissandu porque aí desço das tamancas. Enfim, o que incomoda mesmo é a overdose de futebol na TV brasileira. Tudo bem que dá ibope e todos querem capitanear em cima, isso é perfeitamente compreensível, mas daí buscar desesperadamente manter o assunto na mídia não faz sentido. Terminado o Campeonato Brasileiro, que já é longo demais na minha modesta opinião, os telejornais da Globo começaram a noticiar o placar e os gols da Liga dos Campeões da Europa, como se essas notícias “importantes” fossem de interesse da grande massa que os assiste...
Primeiro, seria bem interessante que o futebol de fato tirasse férias, porque já passamos praticamente uns 300 dias do ano respirando futebol. Vale lembrar o estrago que aquela partida da quarta-feira à noite faz com a grade de programação. Segundo: esse período entre o fim do Campeonato Brasileiro e o início dos campeonatos estaduais, no começo do ano seguinte, bem que poderia ser usado para dar visibilidade a outros esportes e seus atletas. Nós temos diversos brasileiros até campeões de modalidades das quais nunca ouvimos falar... Terceiro: é preciso vencer o complexo de inferioridade para valorizar o que é nosso. Qualquer porcaria, desde que seja de fora, tem muito mais valor que qualquer jóia produzida aqui. É preciso romper com isso também. O excesso de auto-estima que sobra no povo canadense faz falta ao brasileiro.
Enfim, às vésperas de uma olimpíada, a TV bem que poderia usar de seu imenso poder de penetração para difundir esportes pouco conhecidos e formar novos campeões, mas pelo visto ela prefere o caminho fácil de explorar o que já está consolidado.