terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dalva e Herivelto, o amor em primeiro plano


Sempre que alguém adaptar uma história real para a televisão ou o cinema, obrigatoriamente terá de fazer uma releitura dos fatos e dificilmente agradará a gregos e troianos. Alguns fatos serão preteridos em favor de outros e alguns serão realçados em desfavor de outros. Dizem que, assim como a tradução, a adaptação é uma traição.

Dalva e Herivelto não fugiu dessa regra. Autora e diretor da obra, Maria Adelaide Amaral e Denis Carvalho, respectivamente, optaram por explorar o lado mais forte da vida desses personagens: a conturbada história de amor da cantora e do compositor. O mais interessante, no caso, é que eles transformaram suas histórias pessoais, o amor e, posteriormente, a violência doméstica e a coleção de traições, numa espécie de Big Brother, tornando públicas todas as suas venturas e desventuras. Tudo isso cantado em verso e prosa e descrito com riqueza de detalhes nos jornais e revistas da época.


Por si só a conturbada história de amor já era um prato cheio para a dramaturgia, mas ao fazer essa opção, autora e diretor, abrem mão de focar a trajetória dos artistas, o que é lamentável. Embora a minissérie contenha muitas cenas que mostrem a grande dificuldade da dupla em galgar os primeiros degraus do estrelato, não ficou claro como Dalva lapidou seu talento e nem em que mundo Herivelto buscava inspiração para compor suas canções.


Há de se elogiar a produção caprichada e as atuações irretocáveis de Adriana Esteves e, principalmente, de Fábio Assunção, cuja história pessoal vivida recentemente guarda alguma semelhança com a do personagem título.


A minissérie tem tudo para agradar e corresponder às expectativas da audiência. Quanto ao conteúdo, a história de Dalva e Herivelto daria tranquilamente umas 3 ou 4 minisséries, cada uma abordando um aspecto...

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