O fato de um programa de TV explodir na
internet é diretamente proporcional à sua boa audiência na televisão? Nem
sempre. Um exemplo disso é a última novela das 18h da Globo, “A vida da gente”.
A história de Lícia Manzo alcançou média geral de 22 pontos, menos do que o
ambicionado pela Globo. Na web, porém, motivou debates e inúmeros cliques. O
site oficial (na Globo.com) bateu o recorde do horário com mais de 1 milhão e
700 mil visitas em um dia já no terceiro mês da história no ar (dados do Google
Analytics). Segundo o Ibope, seu recorde foi de 3 milhões e 272 mil visitantes
únicos no mês, 37% acima do recorde anterior de uma novela das 18h. Em 16 dias
de exibição, chegou a mais de 1 milhão de visitas num dia, patamar só alcançado
por novelas das 21h.
Como se sabe, as melhores cabeças da mídia
trabalham para urdir a fórmula ideal da interseção entre plataformas e isso não
é só aqui, nos EUA também. Por enquanto, ela é um segredo de Fátima. No Brasil,
o “Big Brother” conseguiu isso. Em fevereiro, seu site alcançou quase 9 milhões
de visitas num único dia, mais que a marca máxima da edição passada (6,3
milhões de visitas num dia). A sétima semana do programa foi a segunda melhor de
sua história, com uma média de 6,2 milhões de visitas diárias. Perdeu apenas
para a semana final da edição que teve Dourado como campeão (média de
8.164.070). Nas duas últimas semanas, a média diária de visitas ultrapassa 5,4
milhões, 47% a mais do que o alcançado no mesmo período na edição passada.
O programa tem uma “real existência no mundo
virtual”. Com isso, consegue outro feito: prova que “real existência no mundo
virtual” não é um paradoxo, como parece à primeira vista. Para quem vota o dia
todo e acompanha os acontecimentos na casa via pay per view, via aplicativo de
iPad (que é excelente) ou na Globo.com, o reality existe por 24 horas. E
ninguém abandona a TV por causa disso, pelo contrário.
Esses números do “BBB” na Globo.com são muito
robustos, mas o reality vai além. Boninho diz que somando todos os sites
dedicados ao programa em vários portais, ele cresce “uns 40%”. Ele acredita que
quanto mais, melhor. Toda essa força só ajuda a carregar espectadores para a
televisão.
Fonte: Patrícia Kogut
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