sábado, 17 de março de 2012

Crítica: Web, TV e convergências


O fato de um programa de TV explodir na internet é diretamente proporcional à sua boa audiência na televisão? Nem sempre. Um exemplo disso é a última novela das 18h da Globo, “A vida da gente”. A história de Lícia Manzo alcançou média geral de 22 pontos, menos do que o ambicionado pela Globo. Na web, porém, motivou debates e inúmeros cliques. O site oficial (na Globo.com) bateu o recorde do horário com mais de 1 milhão e 700 mil visitas em um dia já no terceiro mês da história no ar (dados do Google Analytics). Segundo o Ibope, seu recorde foi de 3 milhões e 272 mil visitantes únicos no mês, 37% acima do recorde anterior de uma novela das 18h. Em 16 dias de exibição, chegou a mais de 1 milhão de visitas num dia, patamar só alcançado por novelas das 21h.

Como se sabe, as melhores cabeças da mídia trabalham para urdir a fórmula ideal da interseção entre plataformas e isso não é só aqui, nos EUA também. Por enquanto, ela é um segredo de Fátima. No Brasil, o “Big Brother” conseguiu isso. Em fevereiro, seu site alcançou quase 9 milhões de visitas num único dia, mais que a marca máxima da edição passada (6,3 milhões de visitas num dia). A sétima semana do programa foi a segunda melhor de sua história, com uma média de 6,2 milhões de visitas diárias. Perdeu apenas para a semana final da edição que teve Dourado como campeão (média de 8.164.070). Nas duas últimas semanas, a média diária de visitas ultrapassa 5,4 milhões, 47% a mais do que o alcançado no mesmo período na edição passada.

O programa tem uma “real existência no mundo virtual”. Com isso, consegue outro feito: prova que “real existência no mundo virtual” não é um paradoxo, como parece à primeira vista. Para quem vota o dia todo e acompanha os acontecimentos na casa via pay per view, via aplicativo de iPad (que é excelente) ou na Globo.com, o reality existe por 24 horas. E ninguém abandona a TV por causa disso, pelo contrário.
Esses números do “BBB” na Globo.com são muito robustos, mas o reality vai além. Boninho diz que somando todos os sites dedicados ao programa em vários portais, ele cresce “uns 40%”. Ele acredita que quanto mais, melhor. Toda essa força só ajuda a carregar espectadores para a televisão.

Fonte: Patrícia Kogut

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