A rádio Transamérica – São Paulo teve cassada
a sua licença de não levar ao ar "A Voz do Brasil". A comunicação
pegou a todos de surpresa na noite de terça-feira. A apresentação do "Papo
de Craque" foi interrompida.
Isso é o tipo da coisa que deveria merecer
uma melhor análise por parte das nossas autoridades.
Neste espaço, ainda no último sábado, se
falou do lamentável estado em que se encontram as emissoras de rádio, de uma
maneira geral. Uma boa parte delas está à beira da falência.
Não existe aqui o desejo de excluir os erros
de administração cometidos ou tirar a responsabilidade de ninguém, mas o começo
da noite, momento em que muita gente está voltando do trabalho, o rádio foi, é
e sempre será a melhor companhia.
É como um horário nobre, propício para
aquecer a comercialização e aliviar a situação da maioria, só que truncado pela
obrigatoriedade da "Voz do Brasil".
É preciso considerar, ao contrário de épocas
longínquas, que o Governo Federal, Senado, Câmara, além dos demais governos e
inúmeros outros órgãos hoje possuem canais próprios para se comunicar com a
sociedade.
Qual a necessidade, em meio a tudo que
existe, de se manter essa cessão de horário?
Uma hora por dia, cerca de 26 por mês e 312 no ano.
No regime democrático que vivemos deveria
partir das próprias autoridades, que - acredita-se - sensíveis aos anseios de
toda a sociedade, a iniciativa de uma pesquisa sobre o verdadeiro significado
da "Voz do Brasil". O que ela representa. E o que justifica a sua
existência.
Se algo que foi criado em 1935, tempo do
Getúlio, ainda se ajusta aos tempos de agora. E qual, verdadeiramente, é o
universo de pessoas que têm interesse na sua transmissão. E, aí sim, ratificar
ou alterar o atual estado de coisas.
Trata-se de algo para ontem. Amanhã poderá
ser tarde demais.
Fonte: Flávio Ricco
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