Nesses dias de carnaval, embora não seja tema da nossa coluna, abrimos este espaço para alertar nossos leitores sobre este grave problema que são as Doenças Sexualmente Transmissíveis, ou simplesmente DST. Perca cinco minutos lendo as recomendações abaixo, pratique-as e ganhe uma vida inteira de saúde e segurança. Aproveite o carnaval, mas com responsabilidade.
Fáceis de ser adquiridas pelo fato de se propagarem por meio do sexo, que é uma atividade prazerosa, as DSTs podem causar problemas graves para os portadores. Há bom tempo é possível combatê-las com medicamentos, mas nem todas têm cura. O uso da camisinha, que é barata e distribuída de graça na rede pública de saúde, ainda é a melhor forma de evitar a contaminação.
O Carnaval, uma das festas mais esperadas pelos brasileiros, está aí. Aproveite para se divertir, naturalmente - afinal, está provado que diversão é fundamental para a saúde humana. No entanto, também tome cuidado, pois as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são mais próximas de nós do que imaginamos Todas as pessoas sexualmente ativas, sejam heterossexuais, sejam homossexuais, estão suscetíveis a contraí-las. As mais comuns no Brasil, vale destacar, são as seguintes: gonorreia, herpes genital, clamídia, sífilis, hepatite B, HPV (papilomavírus humano) e síndrome da imunodeficiência adquirida, hoje mais conhecida como aids.
Todas são adquiridas pelo contato sexual - tanto o vaginal, quanto o oral ou o anal - e algumas são bem traiçoeiras. O parceiro ou a parceira sexual parecem saudáveis, os órgãos genitais também e vamos em frente. Acontece que, de forma invisível, esse parceiro ou essa parceira carrega o microrganismo causador de uma DST que, às vezes, nem ele ou ela sabe. Num contato sexual sem a proteção da camisinha, ocorre a transmissão da doença. Só para se ter uma ideia, o vírus HIV pode permanecer assintomático por até 10 anos. Mas o portador o transmite quando faz sexo sem preservativo. O mesmo ocorre com a sífilis. Às vezes a pessoa tem um pequeno ferimento nos genitais que desaparece mesmo sem tratamento, mas continua com sífilis e a transmite para seus parceiros sexuais. Já o HPV aparece como uma verruga no pênis, no ânus ou na vagina, porém muitas vezes essa lesão é invisível a olho nu. Se não tratado, vale relembrar, pode levar ao câncer de colo do útero. A clamídia é outra DST silenciosa, porém nas mulheres contaminadas pode causar até infertilidade. A hepatite B, por seu lado, que ataca o fígado, também pode ser assintomática durante anos, mas o portador a transmite aos parceiros pelo sexo.
Outras DSTs são mais "explícitas", não fazem questão de se esconder. O herpes genital, por exemplo, provoca bolhas que incomodam bastante, levando a pessoa a buscar tratamento. O mesmo ocorre com a gonorreia, que causa corrimento nos genitais tanto do homem quanto da mulher. Nenhuma DST, porém, é menos ou mais "importante" do que a outra. Quem tem gonorreia adquiriu a doença no sexo sem proteção, e aí é que está o problema. O diagnóstico de uma DST na verdade é um alerta de que a pessoa não se protegeu. A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais. Daí a importância dos exames periódicos do colo de útero e de sangue para diagnosticar outras DSTs.
Felizmente, como todos sabem mas muitos não praticam, é possível evitar essas doenças com o uso da camisinha em todas as relações sexuais. O problema é que, de acordo com uma pesquisa recente do Ministério da Saúde, apenas 20% dos entrevistados afirmaram que usaram camisinha em todas as relações sexuais nos últimos 12 meses. Pois é, enquanto isso, para cada pessoa que inicia o tratamento do vírus HIV, duas novas infecções estão acontecendo em algum lugar no planeta. Diversão sem proteção é problema na certa.
Por Sumire Sakabe (médica infectologista do Hospital 9 de Julho e do Centro de Referência e Treinamento em DST Aids, na capital paulista)
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