Além de retomar a terceira temporada de Pé na
Cova, Miguel Falabella prepara um novo seriado de humor para a Globo, Sexo e
arr Nêga e estreia no dia 21 no Teatro
Procópio Ferreira, em São Paulo, a peça O que o mordomo viu. "É uma farsa
escrita em 1967 pelo inglês Joe Orton, sucesso no mundo todo e apontado como o
melhor texto dele", afirma. Ao seu lado estará Marisa Orth. Medo da crítica,
ele diz não ter mais: "A idade te faz ligar o f... Se gostam ou não
gostam, nem ligo. Só me interesso por quem me interessa. O que eu quero é tocar
o coração do povo".
O que o
público pode esperar da nova temporada de Pé na Cova?
Estamos ainda mais loucos. Tivemos uma grande
baixa, que foi a saída da Marília Pêra. Ela fará um procedimento, algo no
quadril, não sei direto, talvez tenha que colocar uma prótese. Na trama vamos
justificar dizendo que a personagem dela, Darlene, foi para uma clínica de
desintoxicação. Ela vai fazer muita falta. Mas, por outro lado, isso me abre um
leque de novas possibilidades criativas.
E o que
pode adiantar de Sexo e arr Nêga?
Minha camareira mora na Cidade Alta Cordovil,
complexo com várias comunidades cariocas. Vou muito lá em festas e, numa dessas
visitas, brinquei que faria uma série chamada Sexo e arr Nêga. Todo mundo riu.
Mas depois, passado os risos, olhei com distanciamento e vi que daria samba. É
uma paródia do Sex and the City mesmo, que se passa em Cordovil. O elenco conta
com quatro personagens, todas negras, que vivem os mesmos dilemas das
nova-iorquinas: se importam com cabelo, bofes, querem estar magras. As questões
das mulheres são as mesmas no mundo todo.
E a
volta da dupla com Marisa Orth?
Eu e a Arlete Salles estávamos ensaiando,
mas, na reta final, ela teve que se afastar por problemas de saúde. Aliás, esse
ano vou te contar; o tambor foi bem batido: tive duas grandes baixas de elenco
em pouco tempo. A Marisa Orth veio substituí-la e, com carinho de irmã, pegou
tudo em cinco dias.
Como
faz para dar conta de tanto trabalho?
Guardo minhas ideias, anoto tudo. O
computador salvou minha vida. Às vezes trabalho com cinco 'janelas' abertas. Aí
jogo Angry Birds em uma, escrevo um texto em outra, fico me distraindo e
escrevendo. Também sei delegar, mas mantenho o conceito do que crio. É
importante saber que história você quer contar e com quem você está falando.
Qual o
futuro do entretenimento?
Precisamos dialogar. Hoje em dia, todo mundo
sabe de tudo. Minha empregada, por exemplo, adora ver Gossip Girl. Estamos
disputando com os americanos, com as séries, e precisamos ficar antenados. Acho
que a novela com nove, dez meses, uma hora por dia, em um futuro não muito
distante, vai acabar. Não dá mais tempo: é tudo muito rápido. Não pretendo
nunca mais escrever novela, é muito massacrante e tenho coisas muito mais
interessantes para fazer.
Fonte: Época
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