segunda-feira, 17 de março de 2014

Miguel Falabella não quer mais escrever novelas


Além de retomar a terceira temporada de Pé na Cova, Miguel Falabella prepara um novo seriado de humor para a Globo, Sexo e arr Nêga e  estreia no dia 21 no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, a peça O que o mordomo viu. "É uma farsa escrita em 1967 pelo inglês Joe Orton, sucesso no mundo todo e apontado como o melhor texto dele", afirma. Ao seu lado estará Marisa Orth. Medo da crítica, ele diz não ter mais: "A idade te faz ligar o f... Se gostam ou não gostam, nem ligo. Só me interesso por quem me interessa. O que eu quero é tocar o coração do povo".

O que o público pode esperar da nova temporada de Pé na Cova?

Estamos ainda mais loucos. Tivemos uma grande baixa, que foi a saída da Marília Pêra. Ela fará um procedimento, algo no quadril, não sei direto, talvez tenha que colocar uma prótese. Na trama vamos justificar dizendo que a personagem dela, Darlene, foi para uma clínica de desintoxicação. Ela vai fazer muita falta. Mas, por outro lado, isso me abre um leque de novas possibilidades criativas.

E o que pode adiantar de Sexo e arr Nêga?

Minha camareira mora na Cidade Alta Cordovil, complexo com várias comunidades cariocas. Vou muito lá em festas e, numa dessas visitas, brinquei que faria uma série chamada Sexo e arr Nêga. Todo mundo riu. Mas depois, passado os risos, olhei com distanciamento e vi que daria samba. É uma paródia do Sex and the City mesmo, que se passa em Cordovil. O elenco conta com quatro personagens, todas negras, que vivem os mesmos dilemas das nova-iorquinas: se importam com cabelo, bofes, querem estar magras. As questões das mulheres são as mesmas no mundo todo.

E a volta da dupla com Marisa Orth?

Eu e a Arlete Salles estávamos ensaiando, mas, na reta final, ela teve que se afastar por problemas de saúde. Aliás, esse ano vou te contar; o tambor foi bem batido: tive duas grandes baixas de elenco em pouco tempo. A Marisa Orth veio substituí-la e, com carinho de irmã, pegou tudo em cinco dias.

Como faz para dar conta de tanto trabalho?

Guardo minhas ideias, anoto tudo. O computador salvou minha vida. Às vezes trabalho com cinco 'janelas' abertas. Aí jogo Angry Birds em uma, escrevo um texto em outra, fico me distraindo e escrevendo. Também sei delegar, mas mantenho o conceito do que crio. É importante saber que história você quer contar e com quem você está falando.

Qual o futuro do entretenimento?

Precisamos dialogar. Hoje em dia, todo mundo sabe de tudo. Minha empregada, por exemplo, adora ver Gossip Girl. Estamos disputando com os americanos, com as séries, e precisamos ficar antenados. Acho que a novela com nove, dez meses, uma hora por dia, em um futuro não muito distante, vai acabar. Não dá mais tempo: é tudo muito rápido. Não pretendo nunca mais escrever novela, é muito massacrante e tenho coisas muito mais interessantes para fazer.

Fonte: Época

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