domingo, 31 de julho de 2016

Tássia Camargo não quer voltar à TV


Tássia Camargo acha graça quando é abordada na rua e perguntam por que ela não trabalha mais. Na realidade, a atriz de 55 anos (mas ela gosta de dizer que já está vivendo os 56) está há quase dez longe da TV, num exílio voluntário. “Eu não quis mais. Minha vida está estabilizada, posso fazer o que eu quero e nunca deixei de atuar”, justifica ela, que foi um símbolo sexual nos anos 80.

Dessa época, aliás, Tássia guarda as três “Playboys” das quais foi capa e bons amigos como Ney Latorraca, a quem reencontrou profissionalmente. Os dois, mais o ator Edi Botelho, montaram a peça “As cadeiras”, de Eugène Ionesco. O texto fala de solidão e passagem do tempo. “Envelhecer é poético. Não trocaria minhas rugas por um rostinho sem marcas. As fotos de divulgação da peça não têm retoque”, garante ela: “Não tenho nada contra quem peça um Photoshop ou faça plástica. Cada um tem que ser feliz do jeito que é. Se me der a louca um dia, vou e faço”.

Solteira há alguns anos, Tássia não vê a possibilidade de se amarrar agora. Namorado não é um plano. “Gosto do meu dia a dia. da minha companhia. Não tenho muita paciência, sabe? A gente chega a uma certa idade e quer qualidade, troca. Eu sempre gostei de homens mais velhos”, enumera ela, que não entraria para a tribo de mulheres que se relacionam como homens muito mais novos: “Nem pensar! Me sentiria com um filho”.

Tássia, inclusive, tem uma relação tão orgânica com a solidão que é meio nômade. “Minha cobertura no Leblon ficou grande demais. Mudei para um sítio em Itatiaia, no interior do Rio, onde planto, faço tudo. Agora com a peça, aluguei um flat em Camboinhas,na Região Oceânica de Niterói”, conta.


Mãe de dois filhos — Tássia teve ainda Maria Julia, que morreu há 20 anos, aos 2 de idade —, é na condição de avó e tia-avó que ela se realiza. E se liberta ainda mais. “Sou daquelas babonas, levo para passear, me divirto quando estão todos juntos. Sinto a maior falta”, derrama-se: “Outro dia me deram uma caneca com uma declaração de amor”.

Da filha, hoje Tássia fala com um pouco menos de dor. “Tem dias que fico muito triste. Noutros, lembro dela com alegria. Não penso muito no tempo que ela teria hoje, mas nela ainda criança. Ninguém sabe a dor de perder um filho. Só quem perdeu”, argumenta ela, que tomou as dores de Brita Brasil, na morte do filho Ryan: “Vi aquele menino nascer. Estou, sim, na campanha contra a Ayuasca”.

Tássia não teme de se expor. de falar o que pensa. Militante de esquerda, chamou atenção há quase dois meses a gravar um vídeo e pedir doações de alimentos para a presidente afastada, Dilma Rousseff. “As pessoas não entenderam que aquilo era uma ironia! Claro que a Dilma não passa fome. Mas por que políticos comprovadamente corruptos não perdem seus direitos? As pessoas precisam questionar as coisas”, justifica ela, que acabou de divertindo com o episódio: “Me mandaram miojo”.

Fonte: Jornal Extra

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