O programa "Grandes Atores" recebeu Osmar Prado. Intenso ao falar sobre a carreira, que começou quando tinha apenas 10 anos de idade, o veterano se emocionou diante das câmeras do VIVA e abriu o jogo: "Fui afastado de novelas por várias razões. Teve gente que quis me tirar. Nunca minimizei a televisão. Se você fizer bem, meu amigo, passar por ela e chegar ao público, ninguém te derruba, ninguém. Só se matar", revelou.
Osmar também recordou momentos em que lhe pediram para "baixar o tom" de suas interpretações. "A novela que tem que subir. Não sou eu quem devo me conter. E se achar por bem que tem que tirar o personagem, não será nem o primeiro nem o último", contou, repetindo o discurso que usou ao ser abordado por um codiretor no passado. "Eu estava no camarim quando ele entrou, se desculpando, para avisar que trazia um recado para mim", comentou.
Sergio Cabeleira de "Pedra Sobre Pedra" (1992), no ar no VIVA, e Tião Galinha, de "Renascer" (1993), são grandes sucessos que marcaram a trajetória profissional de Osmar. Outro personagem de repercussão com o público foi o motorista Tabaco, de "Roda de Fogo" (1986), que se envolvia com várias mulheres ao mesmo tempo. "O autor [Lauro César Muniz] não me queria. Não que não gostasse de mim, soube, depois, que preferia um ator, em uma linguagem popular, mais "come quieto". E um dia fui chamado na sala do Paulo Ubiratan (diretor executivo). Pensei que fossem tirar o personagem, né? Pelo contrário, queriam que desenvolvesse mais o Tabaco. Cara, aí deram chuteira, meia, calção, bola, e marquei gol para caramba!", brincou, orgulhoso.
Durante a entrevista, o convidado também relembrou a infância humilde na Vila Mariana, São Paulo. "Quando perguntei para minha mãe o que deveria fazer para ser artista, ela me matou no nascedouro: Tem que ser bonito, alto. O parâmetro dela era o Rodolfo Valentino", divertiu-se ao contar.
A primeira experiência de Osmar na TV foi em "David Copperfield" (1958), da antiga TV Paulista. Na época, tinha 10 anos. Em 1965, ano da inauguração da TV Globo, estreou na primeira novela da emissora, "Ilusões Perdidas". No entanto, a mudança para o Rio de Janeiro e a assinatura de contrato de um ano aconteceram quando foi chamado para atuar em "Verão Vermelho" (1969), de Dias Gomes. Depois vieram "Assim na Terra Como no Céu" (1970), "O Cafona" (1971), "Bandeira 2" (1971), entre tantas outras. Seu primeiro protagonista foi o caipira Juba de "Bicho do Mato" (1972).
"Acho que o ator tem que ter uma personalidade, convicção. E um diretor generoso sabe que o ator não é um instrumento. Não são peças de xadrez que ele move para onde quiser. Acho que tanto os diretores como os atores quando são bons, reescrevem as histórias com as suas interpretações", comentou Osmar.
Em 2013, o entrevistado descobriu um câncer na garganta, mas isso não o impediu de continuar exercendo uma de suas paixões, a de atuar. "Quando o [José Luiz] Villamarim me convidou para "Amores Roubados" (2014), eu estava com a gaze da primeira cirurgia.", disse. Sobre a doença, refletiu: "É bom viver, mas tem o momento de morrer. Tenho certeza que eu encararia legal, procuraria fazer da minha vida a melhor possível. Isso tudo me deu muita força... Para entender a importância e a desimportância da nossa trajetória. O que vale e o que não vale. O que é fútil e o que não é. E o privilegio que tenho de estar nessa profissão desde criança, onde posso trabalhar e atuar com todos esses sentimentos: o da morte, o da vida", concluiu.
Fonte: Fábio TV
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