Nas últimas 24 horas, lágrimas invadiram o jornalismo esportivo da Globo. Mas não é nenhuma relembrança do que ocorria há quase um ano no Mineirão. Desta vez, as despedidas não são de uma Copa do Mundo, mas do "Globo Esporte" e do "Esporte Espetacular".
Partidas para novos desafios de velhos conhecidos em um efeito dominó que também destaca novos nomes. É a conclusão de um ciclo vitorioso que perdurou pelos últimos seis anos.
Em janeiro de 2009, sem muito alarde, se iniciava uma das apostas mais ousadas da direção global até a época. Então com somente quatro meses de Globo (oriundo de alguns anos no SporTV), o jovem Tiago Leifert assumia o comando da edição do "GE" em São Paulo.
O retorno do "GE SP" por si só já era uma novidade. Ocorria após uma frustrada tentativa de nacionalizar o programa e o tornar como um "Jornal Nacional" do esporte. Essa ideia, claro, fracassou. Não por inabilidade de Glenda Kozlowski e Tino Marcos, seus então comandantes, mas pela obrigação de se condensar no mesmo tempo as notícias sobre dezenas de equipes com relevância similar, em vez de agrupar somente dois ou quatro por estado.
Afinal, São Paulo é o maior mercado, mas o Rio de Janeiro possui os times mais nacionalizados. E o interesse recíproco entre as praças, salvo retas finais de grandes torneios, era nulo. A Globo foi pioneira ao desconstruir esse modelo, enquanto RedeTV! e Band até hoje mantêm no ar programas paulistas para todo o Brasil. Mas a maior novidade não era no tempo para se falar de cada equipe. E sim no modo de falar: ousado e alegre, diria Neymar sobre esse estilo.
O próprio craque do Barcelona, ainda nos seus tempos de Santos, chegou a ir ao estúdio duelar com Tiago Leifert em uma partida de vídeo-game. Os jogos e a internet ganharam espaço nessa era e deixaram de ser vistos como concorrentes puros e simples, mas como aliados se agregados.
Em sua emocionante carta de despedida, onde relata a desconfiança inicial e os percalços do caminho até sair por cima, Leifert cita a integração total entre o site e o programa como um de seus maiores orgulhos.
Outro desses trunfos que completam a sensação de dever cumprido foi o espelhamento do formato pelas mais diferentes praças. De Pernambuco ao Rio Grande do Sul. E até mesmo a inspiração para o "JN", relatada por William Bonner quando foi batido por Tiago no "Melhores do Ano" do "Domingão do Faustão".
Esse troféu individual veio depois da elogiada "Central da Copa", ainda em 2010, quando Tiago fez até a plateia gritar "cala boca, Galvão" ao vivo e conquistou de vez de público com o jeito irreverente de tratar o Mundial.
Já no "GE SP", os momentos marcantes se acumulam aos montes. De uma edição com ele e Caio Ribeiro fantasiados no Halloween até um primeiro de abril somente com notícias de mentirinha.
No futuro, essa informalidade pode ser até ampliada com novas cabeças. Mas é inegável que o precursor do estilo já tem uma vaga garantida na história do jornalismo esportivo.
Leifert, claro, não inventou o jornalismo com descontração nem aqui no Brasil, que dirá no mundo. Mas foi quem teve coragem de lançar o modelo em uma grande rede. Pela ousadia, teria sido massacrado caso os números não correspondessem. E por isso merece os aplausos por ter apostado num modelo de sucesso antes dele assim poder ser chamado por aqui.
Sai Leifert, entra Moré
Tiago não foi o único a chorar ao vivo. Seu substituto também não resistiu ontem ao deixar o comando do "Esporte Espetacular". O curioso é que há alguns anos, quando Tiago simulou uma saída por causa da sua participação especial na novela "Passione", Ivan acabou apontado no ar como seu sucessor, o que de fato se concretizou agora.
Sai Moré, entra Escobar
O também narrador vai ser o novo comandante do "EE" e formará dupla com Glenda Kozlowski no dominical. Mas nem por isso abandona as edições carioca e nacional do "Globo Esporte", que manterão no ar o seu "Cafezinho", tradicionalmente exibido nas segundas pós-rodadas de futebol.
Sai Escobar, entra Gentil
A musa da Copa do Mundo é quem passa a apresentar o "GE RJ". Nome de peso, certo? Mas o esportivo carioca teve uma passagem de bastão bem mais protocolar.
Fernanda quebrou o protocolo somente uma vez ao abraçar Escobar, mas o encerramento, por exemplo, foi pré-gravado mostrando as conquistas brasileiras no fim de semana no Mundial de Vôlei de Praia.
De especial, além do rápido anúncio, somente o destaque para a última vez em que o apresentador titular até hoje pode chamar as "letrinhas subindo", bordão que consagrou para terminar as edições.
Sai Gentil, entra Cris
Com a maior fã de Sandy e Júnior no jornalismo global prestes a ser mãe pela primeira vez, sua titularidade será brevemente interrompida pela licença-maternidade. Nesse período, Cristiane Dias, curinga que "joga nas 11" e recentemente acompanhou a Seleção na Copa América, vai ser sua substituta.
Sai Cris, entra Carol
E a sequência de novidades finalmente acaba com uma grata revelação. Além da brilhante cobertura do terremoto no Nepal, Carol Barcellos vem mostrando um desempenho elogiável ao apresentar a edição de rede do "GE" ocasionalmente aos sábados e deve ser transformada na reserva imediata da atração.
Mesmo nos primeiros dias em que teve a experiência de apresentar, a repórter conhecida também pelo "Planeta Extremo" mostrou uma sagacidade acima da média em seus comentários leves e pertinentes. Tem de tudo para subir mais degraus em breve.
Fonte: Na Telinha
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