O repórter Danilo Vieira causou furor nas redes sociais quando apareceu correndo em um parque em uma reportagem exibida no "Jornal Nacional". Seu nome foi parar logo na lista de assuntos mais comentados do Twitter, e os internautas não pouparam elogios, chamando-o de "muso", "sarado" e "repórter gato". Uma fã foi até mais ousada no recado para o jornalista, que é solteiro e tem 33 anos: "Me chama de redação e trabalha em mim".
A repercussão tem sido encarada com bom-humor por Danilo, que a considera "curiosa", mas ressalta que a aparência não é o principal em seu trabalho. "Obviamente, a gente trabalha com imagem e a imagem chama muita atenção", afirmou em entrevista ao UOL. "Acho legal, fico envaidecido, mas minha preocupação é que as pessoas prestem atenção no que eu estou dizendo, naquilo que a reportagem está falando. O elogio é bem vindo, é desejado, é legal, mas para mim o importante é que não seja só um 'que bonito', mas um 'que bom repórter' ou 'que boa reportagem ele fez'".
Figurinha conhecida dos telejornais da Globo no Rio de Janeiro, como o "RJTV", Danilo acredita que não houve grande diferença no reconhecimento do público desde que chamou a atenção no "Jornal Nacional". "Acho que as pessoas olham um pouquinho mais. Mas como faço o noticiário local, já existia isso. Não teve muito diferença".
O repórter - que estudou jornalismo no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro - pretendia trabalhar com jornalismo impresso, mas acabou entrando no telejornalismo por meio do programa de estágios da Globo, após ver um anúncio no mural da faculdade. "Fiz oitenta provas, passei e trabalhei durante sete anos entre estágio, trainee e contratado - como editor do 'Bom Dia Brasil'. Minha faculdade de jornalismo foi aqui, com o Miguel Athayide, o Renato Machado, o pessoal do 'Bom Dia Brasil'".
Jornalismo próximo do público
O jornalista aprova o movimento de tornar o jornalismo mais informal, como ocorreu recentemente com o próprio "Jornal Nacional", que passou por mudanças e deixou os âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos mais soltos no estúdio. "Acho que é um movimento superbem-vindo. E apesar de a gente estar fortalecendo ele agora, não é um movimento novo, a gente já tem repórteres que fazem isso há certo tempo. Mas acho que sim, a gente como um todo está entendendo que é necessário falar de uma forma mais direta e objetiva com as pessoas. Tem que ser uma conversa, não uma coisa que vou falar 'senta que eu tenho umas coisas para te falar e você tem que ouvir desta forma'".
A conversa com o público, aliás, é um elemento importante para Danilo. "Eu sempre presto muita atenção no que as pessoas comentam, porque elas são os nossos clientes. A gente fala para elas, a gente tem que saber o que elas acham. Há assuntos que geram maior retorno: 'ah, gostei muito daquela matéria que você fez assim'. Então você sabe que falar daquela forma mexe com as pessoas de um determinado jeito. Acho que não mudo muito o que faço em relação aos comentários, mas é superimportante você ouvir o que as pessoas tem a dizer até o retorno dos próprios colegas. Acho que os retornos são sempre muito bem-vindos, de onde eles vierem".
Grandes acontecimentos - "Gosto de fazer reportagens que as pessoas vão olhar, vão gostar, e que de alguma forma possam ser interessante para elas, e importante também", definiu Danilo. Ele elegeu a cobertura da Copa do Mundo de 2014, na qual trabalhou de madrugada, como um de seus trabalhos favoritos: "Durante a madrugada tinha muita coisa acontecendo, a cidade era uma festa 24 horas por dia. Então a gente conseguiu pegar muitas das coisas que estavam acontecendo na cidade e que as pessoas que estavam dormindo não sabiam".
O sonho de carreira do jornalista é se manter perto dos acontecimentos importantes. "Eu não gosto muito de planejar, mas quero fazer coisas legais. Todo jornalista tem vontade de estar perto de onde as coisas acontecem. Minha vontade é essa: estar perto das coisas legais, das coisas interessantes, e contar essas histórias para as pessoas".
Fonte; UOL
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