A Rede Record está reduzindo seu quadro de funcionários, promovendo demissões em emissoras de todo o país. Pelo menos é o que diz um levantamento realizado pela Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão (Fitert).
Segundo divulgado pela Federação nesta quinta-feira (16) e publicado pelo portal Comunique-se, foram identificadas ao menos 433 demissões de profissionais do grupo de comunicação no primeiro semestre deste ano. Apenas no RecNov, centro de produção de novelas e complexo de estúdios da Record no Rio de Janeiro, os cortes atingiram 239 funcionários. Em São Paulo, o número de baixas chegou a 47. Os escritórios do Espírito Santo também perderam 46 profissionais.
Os sindicatos do setor denunciam a precarização das condições de trabalho nos veículos do grupo, que estariam investindo em contratações terceirizadas ou em regime de pessoa jurídica. "Falar em crise é conversa fiada, pois é nesse período que mais faturaram. Um exemplo disso é a Record Goiás, que aumentou seu faturamento em 26% nesse semestre. O problema é que os patrões só querem lucrar", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Comunicação de Goiás e Tocantins (Sindicom), Miguel Novaes.
Outro ponto levantado pelo presidente do Sindicato dos Radialistas do Distrito Federal (Sinrad-DF), Marco Clemente, é que as novas tecnologias estão tomando o lugar da produção profissional: "As empresas solicitam que as pessoas, ouvintes e telespectadores encaminhem para as redações mensagens de WhatsApp em vídeo e transmitem esse material. Os radialistas e jornalistas estão sendo preteridos. E isso é reproduzido para a sociedade como material jornalístico”.
As entidades levaram o caso ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Para o coordenador do Sindicato dos Radialistas da Bahia, Everaldo Santos Monteiro, a busca da intervenção dos órgãos fiscalizadores deve ser uma prática constante: "O caso da Record nos despertou preocupação para brecar modelo que certamente seria aplicado por outros grupos da radiodifusão. Por isso remetemos o caso ao MPT, a fim de enquadrar os que enxugam suas folhas com demissões em massa, mesmo com a garantia de seu faturamento e principalmente com os altos investimentos em verbas publicitárias públicas para o setor".
Fonte: Na Telinha
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